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LED Azul como recurso de tratamento para fibra capilar: mito ou realidade?

LED Azul como recurso de tratamento para fibra capilar: mito ou realidade?
Por Marília Barga | Time Cosmedical 9 meses antes 1977 Visualizações Sem comentários

O uso da fototerapia capilar é um recurso amplamente utilizado em diversas áreas, como: para melhorar a microbiota do couro cabeludo, para tratar a alopecia e também dentro da dermatologia para tratar problemas de pele, entre outros. A fototerapia considera o comprimento de onda do emissor de luz de acordo com o tecido que se quer atingir.

No entanto, dentro do espectro de luz visível, o LED azul ainda não possui estudos científicos que comprovem a sua eficácia, embora muitas pesquisas promissoras estejam ocorrendo na utilização do LED azul na terapia da haste capilar.

A seguir, vamos conhecer um pouco mais sobre essa tecnologia polêmica que pode auxiliar terapeutas capilares e já começa a mostrar as suas primeiras vantagens.

Por que utilizar LED Azul na haste capilar?

No cenário capilar, é importante lembrar que os pacientes que buscam um tricologista não estão apenas preocupados com a rarefação do couro cabeludo, eles também estão preocupados com a estética do cabelo.

Para auxiliar os profissionais do setor, é comum a utilização de LED vermelho para tratar as disfunções do couro cabeludo, promovendo a normalização do processo inflamatório da microbiota e tratando a seborreia e descamação do couro cabeludo. Além disso, possui forte aplicação no tratamento de diferentes tipos de alopecias.

Em relação aos outros LEDs, o azul é relativamente recente, gerado apenas em 1990, feito que garantiu o Prêmio Nobel de Física de 2014 aos pesquisadores japoneses Isamu Akasaki, Hiroshi Amano e Shuji Nakamura em reconhecimento à criação do LED azul.  

Deste modo, a ação terapêutica do LED Azul foi a última descoberta e os seus efeitos são estudados principalmente na fibra capilar.

LED azul como recurso de tratamento para a fibra capilar?

O LED azul possui o comprimento de onda entre 450 e 470 nm, e quanto menor a frequência de onda, maior é a energia gerada. Ou seja, o LED azul é uma luz muito energética, diferente do LED vermelho.

A sua aplicação terapêutica não é um procedimento invasivo, e apesar de produzir altos níveis de energia, produz baixos níveis de calor, e assim não apresenta o risco de queimar o cabelo do paciente.

Como funciona o LED Azul?

Antes de entender como o LED atua na haste capilar, é necessário entender como ela é composta. O bulbo é muito citado no campo da dermatologia, fica na parte interna do folículo piloso, onde o LED vermelho irá atuar, pois está diretamente ligado ao couro cabeludo. A haste capilar é um sistema complexo, mas resumidamente é composta em:

  • Cutícula: A principal função da camada cuticular é ser uma barreira que protege o córtex. Cerca de 14% do volume do fio é composto pela cutícula, que controla o teor de água no fio. Possui uma membrana proteica e oleosa com propriedade hidrofóbica.

  • Medula: A medula tem propriedades para a fibra que podem estar relacionadas a resistência a tração, porém essa informação tem mudado ao longo dos anos.

  • Córtex: é o coração da haste capilar, pois todo processo de transformação é realizado nas células corticais. A resistência a tração no cabelo está relacionada a essa estrutura, que compõem em média 90% da fibra capilar.

O LED Azul age como um coadjuvante nos tratamentos capilares favorecendo a  permeação de matérias primas dos cosméticos no córtex da fibra capilar, melhorando principalmente a força mecânica, resistência e diminuindo a quebra de cabelos danificados.

Resultados do uso de LED Azul como recurso terapêutico para melhorar a permeação cosmética na fibra capilar

Os resultados encontrados por meio de pesquisas em relação ao uso do LED Azul são principalmente sensoriais. Estudos realizados pela pesquisadora Priscila Vareschi, especialista em tricologia e terapia capilar, mostram resultados promissores em cabelos do grupo de classificação do tipo 2 virgens (ligeiramente ondulado) e mostra que os resultados são diferentes para cada curvatura, e que nem todos os tipos de cabelo respondem ao LED Azul.  

A fibra capilar é composta por células mortas, que não podem ser renovadas biologicamente, portanto, para trabalhar as propriedades da fibra, é necessário utilizar a reparação. Os cosméticos formados por nanopartículas (como nanopartículas de sericina) irão repará-la. Os novos estudos mostram que o LED azul facilita a permeação cosmética. Com a aplicação do cosmético em conjunto com o uso do LED Azul há a maior aderência do produto na parte interna da fibra, aumentando a resistência da fibra capilar.

Com a irradiação do LED Azul após a aplicação de cosméticos nanoparticulados, houve um aumento de 36% no diâmetro do fio do cabelo que ganhou massa na parte interna e externa, evidenciando o aumento da permeação cosmética.

Notou-se melhora da resistência, permeação do córtex capilar (que se ligou a queratina), melhora da elasticidade e consequente diminuição da quebra capilar.

Apesar de não ser fácil a difusão de tecnologias para a fibra capilar, o LED Azul tem ganhado cada vez mais espaço nos congressos sobre cabelo. Com novos estudos é muito provável que sua utilização se amplie entre os especialistas, tornando-se a realidade presente em milhares de consultórios.

Texto produzido a partir da transcrição de áudio da palestra da pesquisadora Priscila Vareschi, especialista em tricologia e terapia capilar, durante a Tricho Health 2023.

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